A natureza humana é uma das coisas mais curiosas e inimagináveis possíveis não importando o tempo. Até aí tudo bem, não estamos diante de nenhuma novidade. Entretanto, quando ela é vista rigorosamente pela lente da sociologia e da psicologia, tal análise ganha contornos evidentemente científicos, e por assim ser é alvo e objeto de teses, como de fato já vem servindo de matéria prima para compêndios e tratados sobre tema tão palpitante.
A personalidade de cada indivíduo varia claro, de sexo pra sexo, patamar financeiro, nível sócio-cultural, clima, local onde mora, idade, e mais uma gama de fatores como bem o sabemos. Tudo incluído nessa panela pra se fazer uma alquimia de características, cores, formas, marcas, cheiros e temperos, que integram cada pessoa.
O “bicho homem”, digo homem óbvio, no sentido de um ser que pertence à espécie humana, é muito complicado. É muito complicado, pois, cada um tem suas manias e loucuras, que em “pequenas” doses pode até ser normal. Todavia, a “mania” e sentimento de “superioridade” que acompanham muitos, acontecem notícias em tudo que é lugar, e de várias formas.
É exatamente nesse universo inesgotável de variedades e constatações que encontramos incontáveis espécies e tipos de moradores, melhor dizendo, de inquilinos, que se julgam proprietários e possuidores de alguns “dons” ou “blindagens”, que hipoteticamente em seus delírios de pensar, podem e devem ser utilizados para auferir vantagens, das mais diversificadas possíveis.
Essa paranóia de grandeza ao que parece, é mais presente em países em desenvolvimento, onde a idéia republicana e o experimento democrático ainda acham-se na fase da primeira infância. Mais precisamente, no terceiro mundo, encontrando terreno fértil nas ardentes terras latinas.
Para quem acredita no plano espiritual, ou seja, na reencarnação, é prato cheio pra invocar nova constatação de incursão física, de Luis XIV (Rei da França - 1638 / 1715), que certa vez sentenciou a seguinte pérola: “L’État c’est moi” (O Estado sou eu).
Pois bem, tentarei me fazer entender melhor: no Brasil há indivíduos que ainda vivem na concepção de que por dispor “temporariamente”, ou de forma “contínua”, de alguma “patente”, digo patente não no sentido estrito do termo, que é próprio de integrantes da carreira militar, mas, estou a fazer referência a todo e qualquer ser vivente que esteja dotado de certo poder de comando, seja ele, público ou privado.
No primeiro caso, geralmente advindo de função ou cargo público do ente estatal ou paraestatal. No segundo, pode ser oriundo de alguma situação que o coloque em “hipotética” e “aparente” posição superior, em decorrência de poder econômico, social, cultural, religioso, político ou assemelhados.
Na verdade, há quem possa assegurar que muito melhor é que se dê dinheiro, do que algum tipo de poder a pessoas despreparadas. Sem querer entrar na seara filosófica popular, qualquer tipo de poder, puro e simples pode mudar cabeças visitadas e habitadas pela famosa “mosca azul”, que nada mais é do que aquela experiência de arrogância, soberba e insolência, que coloca a “vítima” em estado alterado de consciência.
Nessa lógica, indago: quem nunca ouviu falar na famosa cena da carteirada (?) onde alguém divorciado da realidade e do equilíbrio necessários exibe sua identidade funcional ou a menciona, pra constranger, humilhar, inibir, coagir, forçar, ameaçar, amedrontar ou desprezar pessoas ou profissionais, que na maioria das vezes encontram-se no simples exercício de suas funções e que, antagônica e ironicamente o “poderoso de plantão” sequer está em suas atividades costumeiras, ou seja, no desenvolver de seu ofício, onde lá, sim, e unicamente em seu mister, é autoridade. Pois, fora dele é um “ser mortal” como nós outros, pagadores de impostos (!)
Há casos e relatos de um general, que por pura força da coação moral e intimidativa tentava viajar, mesmo não estando na lista de passageiros, pior, mesmo estando em pleno gozo de seu atraso tanto temporal, quanto mental, manifestava propósito firme de embarcar no avião ao argumento de ser autoridade, e de que seus “haveres” eram mais, muito mais, do que os dos outros. Ressalte-se inclusive, que este caso foi amplamente repercutido em horário nobre, por toda imprensa nacional.
Tais “fenômenos” ocorrem incontavelmente, em cinemas, boates, shows, eventos artístico-culturais, aeroportos, repartições públicas, estabelecimentos privados, inaugurações de garagens e afins, onde alienados da convivência e da ordem democrática em maturação tentam burlar o curso normal da construção de morada da nossa cidadania.
Essa prática mesquinha, pequena, reprovável e inaceitável é típica de “republiquetas das bananas”, aqui, não cabe mais (!). Em nosso amado e “democrático” Brasil, um Brasil que não é só grande em seu território, mas, também, em suas instituições e, principalmente, em sua sociedade civil organizada. Tanto isso é verdade, que podemos não, devemos, a todo custo repelir e rechaçar lamentável desvirtuamento comportamental, na exata medida da compreensão e assimilação, de que verdadeiramente quem banca a festa são os contribuintes, a sociedade, em suas mais diversas classes e setores. Portanto, não podendo suportar este aleijão e deformidade, do exercício e aprimoramento da democracia.
No folclore popular conta-se que uma pessoa se apresentou para fazer o “check-in” no balcão da companhia aérea, aquilo que aqui no Brasil deveria ser chamado de ajustamento ou apronto de viagem, como forma de respeito ao nosso povo utilizando o idioma pátrio, uma figura anacrônica ao ser informada que não poderia embarcar, sacou do jargão sob enfoque, e prontamente recebeu a seguinte resposta-indagação: se o senhor não sabe quem é, como eu posso saber com quem estou falando (!)
Ora, sempre é bom lembrar aos desassistidos de clareza e de modo especial, de “bom senso”, atributo, aliás, que para o pensador Descartes em seu Discurso do Método, é a capacidade de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, e que tal marca é própria e naturalmente igual em todos os homens, que é bom que a mesma seja companhia de todos até o encontro inevitável com a última morada na terra, no momento em que findamos materialmente.
Em virtude disso, é fundamental que de uma vez por todas recomendemos aos “pedantes profissionais de plantão”, que rememorem o seguinte: no princípio republicano essa maneira de portar-se é no mínimo estranha, para não dizê-lo neandertalesca. Pois, por mais que clamem as origens reacionárias e primitivas, devem reprimir a inclinação e tentação do: sabe com quem tá falando (!).
A personalidade de cada indivíduo varia claro, de sexo pra sexo, patamar financeiro, nível sócio-cultural, clima, local onde mora, idade, e mais uma gama de fatores como bem o sabemos. Tudo incluído nessa panela pra se fazer uma alquimia de características, cores, formas, marcas, cheiros e temperos, que integram cada pessoa.
O “bicho homem”, digo homem óbvio, no sentido de um ser que pertence à espécie humana, é muito complicado. É muito complicado, pois, cada um tem suas manias e loucuras, que em “pequenas” doses pode até ser normal. Todavia, a “mania” e sentimento de “superioridade” que acompanham muitos, acontecem notícias em tudo que é lugar, e de várias formas.
É exatamente nesse universo inesgotável de variedades e constatações que encontramos incontáveis espécies e tipos de moradores, melhor dizendo, de inquilinos, que se julgam proprietários e possuidores de alguns “dons” ou “blindagens”, que hipoteticamente em seus delírios de pensar, podem e devem ser utilizados para auferir vantagens, das mais diversificadas possíveis.
Essa paranóia de grandeza ao que parece, é mais presente em países em desenvolvimento, onde a idéia republicana e o experimento democrático ainda acham-se na fase da primeira infância. Mais precisamente, no terceiro mundo, encontrando terreno fértil nas ardentes terras latinas.
Para quem acredita no plano espiritual, ou seja, na reencarnação, é prato cheio pra invocar nova constatação de incursão física, de Luis XIV (Rei da França - 1638 / 1715), que certa vez sentenciou a seguinte pérola: “L’État c’est moi” (O Estado sou eu).
Pois bem, tentarei me fazer entender melhor: no Brasil há indivíduos que ainda vivem na concepção de que por dispor “temporariamente”, ou de forma “contínua”, de alguma “patente”, digo patente não no sentido estrito do termo, que é próprio de integrantes da carreira militar, mas, estou a fazer referência a todo e qualquer ser vivente que esteja dotado de certo poder de comando, seja ele, público ou privado.
No primeiro caso, geralmente advindo de função ou cargo público do ente estatal ou paraestatal. No segundo, pode ser oriundo de alguma situação que o coloque em “hipotética” e “aparente” posição superior, em decorrência de poder econômico, social, cultural, religioso, político ou assemelhados.
Na verdade, há quem possa assegurar que muito melhor é que se dê dinheiro, do que algum tipo de poder a pessoas despreparadas. Sem querer entrar na seara filosófica popular, qualquer tipo de poder, puro e simples pode mudar cabeças visitadas e habitadas pela famosa “mosca azul”, que nada mais é do que aquela experiência de arrogância, soberba e insolência, que coloca a “vítima” em estado alterado de consciência.
Nessa lógica, indago: quem nunca ouviu falar na famosa cena da carteirada (?) onde alguém divorciado da realidade e do equilíbrio necessários exibe sua identidade funcional ou a menciona, pra constranger, humilhar, inibir, coagir, forçar, ameaçar, amedrontar ou desprezar pessoas ou profissionais, que na maioria das vezes encontram-se no simples exercício de suas funções e que, antagônica e ironicamente o “poderoso de plantão” sequer está em suas atividades costumeiras, ou seja, no desenvolver de seu ofício, onde lá, sim, e unicamente em seu mister, é autoridade. Pois, fora dele é um “ser mortal” como nós outros, pagadores de impostos (!)
Há casos e relatos de um general, que por pura força da coação moral e intimidativa tentava viajar, mesmo não estando na lista de passageiros, pior, mesmo estando em pleno gozo de seu atraso tanto temporal, quanto mental, manifestava propósito firme de embarcar no avião ao argumento de ser autoridade, e de que seus “haveres” eram mais, muito mais, do que os dos outros. Ressalte-se inclusive, que este caso foi amplamente repercutido em horário nobre, por toda imprensa nacional.
Tais “fenômenos” ocorrem incontavelmente, em cinemas, boates, shows, eventos artístico-culturais, aeroportos, repartições públicas, estabelecimentos privados, inaugurações de garagens e afins, onde alienados da convivência e da ordem democrática em maturação tentam burlar o curso normal da construção de morada da nossa cidadania.
Essa prática mesquinha, pequena, reprovável e inaceitável é típica de “republiquetas das bananas”, aqui, não cabe mais (!). Em nosso amado e “democrático” Brasil, um Brasil que não é só grande em seu território, mas, também, em suas instituições e, principalmente, em sua sociedade civil organizada. Tanto isso é verdade, que podemos não, devemos, a todo custo repelir e rechaçar lamentável desvirtuamento comportamental, na exata medida da compreensão e assimilação, de que verdadeiramente quem banca a festa são os contribuintes, a sociedade, em suas mais diversas classes e setores. Portanto, não podendo suportar este aleijão e deformidade, do exercício e aprimoramento da democracia.
No folclore popular conta-se que uma pessoa se apresentou para fazer o “check-in” no balcão da companhia aérea, aquilo que aqui no Brasil deveria ser chamado de ajustamento ou apronto de viagem, como forma de respeito ao nosso povo utilizando o idioma pátrio, uma figura anacrônica ao ser informada que não poderia embarcar, sacou do jargão sob enfoque, e prontamente recebeu a seguinte resposta-indagação: se o senhor não sabe quem é, como eu posso saber com quem estou falando (!)
Ora, sempre é bom lembrar aos desassistidos de clareza e de modo especial, de “bom senso”, atributo, aliás, que para o pensador Descartes em seu Discurso do Método, é a capacidade de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, e que tal marca é própria e naturalmente igual em todos os homens, que é bom que a mesma seja companhia de todos até o encontro inevitável com a última morada na terra, no momento em que findamos materialmente.
Em virtude disso, é fundamental que de uma vez por todas recomendemos aos “pedantes profissionais de plantão”, que rememorem o seguinte: no princípio republicano essa maneira de portar-se é no mínimo estranha, para não dizê-lo neandertalesca. Pois, por mais que clamem as origens reacionárias e primitivas, devem reprimir a inclinação e tentação do: sabe com quem tá falando (!).